A Maré na Bienal de Veneza

Placas de Rua da Maré, representou o Brasil na 15ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza

O projeto para o pavilhão do Brasil busca evidenciar histórias de pessoas que lutam e alcançam mudanças em meio à passividade institucional das grandes cidades do País, realizando conquistas em arquitetura que, embora ocorram em processos lentos, são soluções possíveis face ao esfacelamento político do planejamento do território. De acordo com o curador, o arquiteto Washington Fajardo, “a mostra é uma composição dessas trajetórias e parcerias, do processo do encontro com o ativista, do lutador, com o arquiteto e com a arquitetura, tornando-se irmanados pela elaboração do novo espaço.
— Fundação Bienal

A Maré foi reconhecida como bairro em janeiro de 1994, porém, apenas em 2015, 505 das 815 ruas, vielas e becos receberam um código de endereçamento postal – CEP, sendo incorporadas ao mapa oficial da cidade.

Esse reconhecimento foi fruto de mais de uma década de trabalho da Redes da Maré, que incluiu a realização do Censo Maré, a atualização do mapa do território e a publicação de duas edições do Guia de Ruas, culminando com a produção piloto das placas e sua exposição nacional e internacional.

 

Alunos das oficinas de azulejaria participaram, com seus familiares, do processo de nomeação das próprias ruas.

Esse é um exemplo de como projetos de arte e educação, e um conjunto de ações políticas estratégicas, podem levar à ações concretas de transformação e reconhecimento de territórios socialmente discriminados.

 

O tema da 15ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza (2016) - Reporting from the front, 'foca em trabalhos que contribuam para o bem comum e a melhoria de vida das pessoas', como diz o diretor Alejandro Aravena.

 
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